Jiko Bukken: imóveis muito baratos e com histórias macabras

Jiko Bukken: imóveis muito baratos e com histórias macabras

Jiko Bukken: imóveis muito baratos e com histórias macabras

O Japão segue a religião shinto onde todas as coisas tem alma. Além disso, a população costuma ser muito supersticiosa.

No entanto, assim como acontece em outros países, imóveis desvalorizam po inúmeros motivos. O Jiko Bukken é um tipo que fica mais barato por ter um histórico de tragédias e assassinatos.

Muitos tem boa localização, são espaçosos e a primeira vista parecem oportunidades únicas. Porém é ideal apenas para os corajosos.

Jiko Bukken

Chão com evidência de morte

As casas e apartamentos Jiko Bukken foram cenários de crime ou fatalidade. Enquadra na lei japonesa imóveis com históricos macabros e devem ser nomeados segundo os critérios:

-Uma propriedade em que tenha ocorrido um assassinato, suicídio ou morte natural;

-Imóvel perto de área violenta;

-Propriedade construída em cima de um poço;

-Perto de incineradores de lixo, depósitos de lixo ou crematórios;

-Imóvel construído ou que foi propriedade de cultos;

-Histórico de morte por incêndio, inundação ou acidentes;

-Problemas recorrentes e entrada e saída de locatários em curtos períodos de tempo;

Estigmatizados

Portanto, jiko Bukken são imóveis estigmatizados negativamente. Por conta disso, essas casas e apartamentos ficam longos períodos de tempo encalhados.

O que resta para os corretores é deixar o preço muito barato, diminuir as burocracias e até oferecer bônus para os inquilinos.

Por exemplo, um anúncio de uma casa de 60 metros quadrados, ao oeste de Tokyo, cozinha reformada, depósito de apenas um mês de aluguel, três minutos do metrô, bairro tranquilo e com vista para montanhas a 50.000 ienes (R$ 1.843,00) por mês.

O bônus é ter o primeiro ano com aluguel mensal a 40.000 ienes e disponibilidade imediata. No entanto, o detalhe macabro fica por conta de um corpo encontrado escondido no chão da cozinha e por isso está vazio a mais de um ano.

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Oshima Teru: site mapeia casas com histórico de morte

Como funciona?

Quando você acessar o site do Oshima Teru (http://www.oshimaland.com/) você verá o mapa do Japão com vários focos de incêndio com um número dentro.

Mapa Oshima Teru

Conforme o usuário amplia o mapa, os ícones de fogo vão se espalhando pelas províncias, cidades e distritos. Quanto maior o zoom, mais detalhes sobre o imóvel aparecem disponíveis.

Se o usuário clicar em cima de um com um ícone de fogo, encontrará informações sobre o que aconteceu ou links de notícias relacionados ao trágico evento.

Existem muitas pessoas que utilizam o aplicativo como uma forma de curiosidade mórbida apenas para saber os detalhes dos crimes ou mortes no imóvel.

Mas também há pessoas que procuram por locais históricos onde eventos terríveis ocorreram como o arranha-céus Sunshine 60, a prisão Sugamon e o Tomayama Park.

Outros usuários utilizam o serviço para evitarem imóveis assombrados.

Já os bem aventurados que não se importam ou não acreditam em assombrações utilizam para encontrar bons imóveis por preços abaixo do valor de mercado.

De qualquer forma, a plataforma Oshimaland (Oshima Teru) recebe entre 700 a 800 mil visitas diárias.

Que tal dar uma conferida no local onde você irá viver? Mesmo o mais cético dos seres humanos pode se sentir desconfortável em um ambiente com uma energia tão negativa.

 

Os corretores são obrigados a fornecerem o histórico apenas para o primeiro locatário. Portanto, se um morador for achado morto, uma pessoa ficar na casa por um mês e sair, o próximo interessado poderá ficar sem esse detalhe.

Casal olhando casa

Ainda assim, a maioria dos corretores são honestos, mas ainda existem aqueles que tentam guardar esse tipo de informação para fechar o negócio.

Ainda existem pessoas que não se importam em alugar apartamentos e casas Jiko Bukken e acaba sendo um alternativa mais barata.

No Japão, a cultura dos fantasmas ainda é forte com inúmeras lendas de yureei. 

Essa é a designação para catalogar fantasmas que tiveram mortes violentas ou em desgosto. Essas almas não conseguem fazer a travessia pelo rio Sanzu no Kawa e por isso vagam pela propriedade.

 

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Fonte:

Coisas do Japão; Kelly Kajiwara